Nova Série – 14
Autor – Professor Leonides Alves Filho
Data – 13/05/2025 – Terça-feira
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do Ministro das Relações Exteriores; Presidente do Congresso Nacional; vários ministros e um grupo de empresários, encontram-se em viagem pela Rússia e China com objetivo de fomentar as relações comerciais e tecnológicas com essas duas Nações, procurando estimular os fluxos de exportações e importações com esses países, sem dúvida, uma política relevante.
A viagem presidencial ocorre em um momento difícil, quanto as relações internacionais de natureza comercial, face ao tarifaço, ou seja, tarifa de importação elevada pelo Estados Unidos, tarifas essas, que geraram perplexidade em mais de 100 países, embora o quadro institucional comece a se estabilizar face a decisão do Governo Americano de suspender as tarifas por 90 dias para maioria dos países, embora tenha mantido a vigência de 10% para as importações do Brasil e vários outros países.
O tarifaço instituído em abril, alcançou a tarifa de 145% para as importações da China pelo Estados Unidos, enquanto a China como revide passou a cobrar imposto de importação de 125% para todos os produtos procedentes dos Estados Unidos. Felizmente, após várias tentativas de negociação foi instituída uma Comissão Bilateral composta pelo Secretário do Tesouro Americano e pelo Vice-Primeiro-Ministro da China, com objetivo de iniciar uma negociação objetivando encontrar um entendimento entre as duas Nações – China e USA, negociação essa, que fluiu rapidamente em sua primeira etapa porque foi acordado entre os dois países, que os Estados Unidos reduziriam a tarifa de 145% para 30%, enquanto, a China diminuiria o imposto de importação de produtos procedentes dos Estados Unidos de 125% para 10%. Aliás após o primeiro impacto da decisão Americana os mais cautelosos, analistas internacionais, sempre afirmaram que deveria haver negociações para encontrar uma tarifa, mais aceitável. Os entendimentos valem por 90 dias, entretanto, nesse período as conversações continuarão acreditando-se que poderão chegar a acordos definitivos.
DIFÍCIL POSIÇÃO DA DIPLOMACIA BRASILEIRA
O Governo Brasileiro, aceitando o convite da Rússia, formulado pelo Presidente Vladimir Putin, para participar das comemorações do término da Segunda Guerra Mundial, foi a Rússia, participou de todas as comemorações, fez pronunciamentos políticos, assinou documentos diversos, estabelecendo mecanismos de cooperação com a Rússia e fez pronunciamentos políticos deixando claro a postura do Brasil quanto ao relacionamento diplomático com todas as Nações. O Presidente Brasileiro, também, aceitando convite do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, foi a Pequim para entendimentos políticos e comerciais. Os pronunciamentos do Governo Brasileiro chegaram a gerar preocupações no Brasil, face a possíveis retaliações do Governo americano, face a aproximação com o país soviético e a China. O Presidente Brasileiro sempre manifestou cuidados especiais para deixar evidente que no seu pronunciamento havia sempre conotações de política de Estado, no caso, do estado Brasileiro.
Com relação a China, as dificuldades continuaram a existir, embora a China seja a grande importadora de commodities brasileiro, principalmente soja e carnes, sendo do interesse comercial do Brasil expandir as exportações para a República Popular da China. As autoridades brasileiras têm manifestado com satisfação a possibilidade da ampliação das exportações para a China, inclusive, com abertura de novas frentes, como farelo de milho que pode ser usado como ração para animais, farelo esse, produzido em larga escala no Brasil.
Na verdade, o comércio centralizado apenas em commodities, ou seja, exportações agrícolas e minerais são importantes, entretanto, sob o ponto de vista econômico não se apresenta como uma política ideal, por quanto o importante seria industrializar no Brasil parte substancial da matéria-prima exportada e, em consequência, exportar produtos industrializados, como por exemplo, óleo de soja e produtos diversos decorrentes das industrializações das carnes. Afinal, esse tipo de orientação política contribuiria diretamente para geração de emprego e renda no Brasil, ao contrário do que ocorre quando se exporta matéria-prima uma vez que a industrialização e as ações dela decorrentes ocorrem no exterior. A exportação predominante de matéria-prima torna o País exportador vulnerável.
Ressalte-se que na China foram assinados vários acordos de intensões de base tecnológica e comercial com objetivo de fomentar as relações econômicas entre os dois países.
EXPORTAÇÕES MACROECONÔMICAS DE COMMODITIES
Nos comentários sobre exportações de commodities, ou seja, produtos agrícolas e minerais para a China, ficou evidente que seria muito mais aconselhável se os produtores primários industrializassem parte das suas exportações no Brasil, o que não ocorre até mesmo por dificuldades na obtenção de financiamentos e tecnologias para realizar as transformações industriais.
Com objetivo de se ter uma ideia concreta de exportar produtos industrializados ou como se pode chamar tecnicamente, valor agregado, resultante da transformação dos produtos primários em industrializados basta que se afirme que na balança comercial no Brasil com a China a predominância quase total das exportações brasileiras para a China são de produtos primários, com pouco valor agregado, ou quase nada, enquanto o Brasil importa da China, produtos industrializado, ou seja, com valor agregado gerado na China, onde são criados empregos e rendas.
Utilizando a figura do benchmark, ou seja, comparação entre situações de dois ou mais produtos ou economias vale destacar que enquanto a balança comercial com a China é basicamente de produtos primários, por parte do Brasil, no caso dos Estados Unidos, a composição da balança comercial é bem diferente, pois as exportações brasileiras para os Estados Unidos são predominantemente de produtos industrializados.
O analista voltará o assunto após o retorno da missão brasileira e conseguir dados concretos para uma avaliação finalística.
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