DESEQUILÍBRIO ENTRE OFERTA E DEMANDA: INFLAÇÃO

  

Nova Série – 3

 Autor – Professor Leonides Alves Filho

Data – 18 de março de 2025 – Terça-Feira

A editoria deste blog, recebeu três e-mails de seguidores, solicitando comentários mais aprofundados sobre o desequilíbrio entre oferta e demanda, como causa básica do processo inflacionário.

Em termos jornalísticos no blog, torna-se difícil abordar o tema, que é complexo, entretanto, ao lado da análise constante do blog de 11/03, sob manchete: Brasil – Sem Rumos, Objetivos e Metas, a análise foi concentrada no meio circulante, ou seja, na quantidade de moeda em circulação, tendo o Banco Central – BC como principal responsável pela redução dos índices inflacionários, tentando diminuir a demanda através do aumento das taxas de juros – Selic. Foi demonstrado, que enquanto o BC procura reduzir a base monetária, políticas governamentais estimulam o consumo, anulando o esforço do Banco Central.

No caso brasileiro onde não existe um Plano Nacional de Desenvolvimento, a política fiscal, entendida como responsável pelas receitas e despesas, não são consideradas, no campo inflacionário e, pelo contrário, contribuem para agravar o excesso de despesas sobre as receitas. O Ministério da Economia, faz o impossível, para botar “o pé no freio” das despesas, o que não vem conseguindo.

AUMENTO DA OFERTA DE BENS E SERVIÇOS. COMO?

A Formação Bruta de Capital Fixo, caracteriza-se como o instrumento para aumentar a oferta de bens e serviços, pois assegura os investimentos necessários para o crescimento do Produto Interno Bruto – PIB. O aumento da oferta de bens e serviços, pelo sistema econômico, depende de variáveis de caráter institucional, político e econômico, devidamente articulados para que os governos, tanto através da Administração Direta – Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais, como em função das suas respectivas Administrações Indiretas – Autarquias,  Sociedade de Economia Mista, Empresas Públicas, Fundações Públicas e Bancos Oficiais, sendo os investimentos realizados, também, pelo empresariado privado, tanto de grande porte, como médias, pequenas empresas, microempresários, além de bancos privados que podem financiar projetos e investimentos.

Os aspectos institucionais da decisão de investir, depende do grau de estabilidade (continuidade), do processo produtivo, principalmente, quanto a constância de leis que permitam segurança jurídica aos empresários, quanto aos investimentos que pretendem realizar, para que possam calcular a Taxa Interna de Retorno, representada por resultados positivos. Quanto mais descontinuidade na legislação, tendem a ser reduzidos os investimentos. Os aspectos políticos entendidos como processo decisório representativo, passíveis de serem executados, são dá maior importância para estimular decisões de investimentos, pois a confiança empresarial aumenta, permitindo decisões seguras quanto aos resultados positivos ou Taxa Interna de Retorno a ser alcançada.

Com relação aos investimentos, é importante destacar que decorrem de variáveis básicas, além das explicitadas acima, que são: Poupança Interna, Externa e Internacional. a) A Poupança Interna, ou seja, em moeda Nacional, permite investimentos para aquisição de máquinas e equipamentos em reais e b) Poupança Externa, em moeda estrangeira – Dólar, Marcos, Yens e Yuan Chinês, além de outras, originárias de países, tanto públicas como privadas, são essenciais para aumentar a oferta de bens e serviços, pois criam condições de compras no exterior. c) Poupança Internacional, também, externa, procedem de empréstimos concedidos por Entidades Internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Mundial, Nações Unidas e outras Entidades que contem com países associados.

Nos países em desenvolvimento como o Brasil, existe escassez de moeda interna, para investimento, pois a grande maioria dos recursos são utilizados em custeio, sem atividade produtiva. Como o processo de desenvolvimento exige, necessariamente, importação de bens e serviços, a moeda estrangeira transforma-se em um ponto de estrangulamento para promoção do desenvolvimento, sendo obstaculizador do desenvolvimento, consequentemente, do aumento da oferta de bens e serviços. O Brasil, encontra-se em situação privilegiada, pois detém um estoque de moeda estrangeira no montante de 353 bilhões de dólares (2025), o que lhe permite certa tranquilidade, quanto a saldar os compromissos do Balanço de Pagamentos (Totalidade de Fluxos Financeiros com o Exterior), no momento deficitário, contando para isso, também, com a Balança Comercial superavitária (Exportação – Importação). A maior dificuldade para o Brasil aumentar a oferta de bens e serviços decorrem da instabilidade institucional e política.

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