Nova Série – 5
Autor – Professor Leonides Alves Filho
Data – 25/03/2025 – Terça-Feira
No comentário anterior foi analisado a correlação do Desequilíbrio entre Oferta de Bens e Serviços e
a demanda da população, procurando demonstrar que o excesso da demanda sobre a oferta, provocará o
início de um processo inflacionário. A orientação geralmente adotada é seguir a estratégia da teoria
monetarista, ou seja, atuar para reduzir a procura, tentando assim, equilíbrio com a demanda, para diminuir
os preços, entendidos comumente como inflação. Os sucessivos aumentos da Selic, pelo Banco Central,
traduzem essa política de base monetarista.
Por outro lado, ao analisar a necessidade de realizar investimentos para fomentar o crescimento do
Produto Interno Bruto – PIB, foi fundamental deixar claro que a taxa de investimentos de um país, depende
da existência de Poupança Interna (Real) e Poupança Externa (Moeda estrangeira de outros países).
Ademais, foram relacionadas principais fontes de captação de recursos externos: Exportações;
Investimentos Diretos no País, por empresas ou pessoas do exterior; Empréstimos Estrangeiros de países;
Empréstimos Internacionais, concedidos por entidades como Banco Mundial, Banco Interamericano de
Desenvolvimento – BID e Fundo Monetário Internacional – FMI; Joint Venture; Doações e Mecanismos afins.
CUSTO BRASIL
O Custo Brasil, representa um dos mais importantes fatores limitantes das exportações, não
somente nos seus aspectos físicos, representados por rodovias em péssimas condições de tráfego, vias
férreas em situação ruim, quando existem, portos que se constituem em pontos de estrangulamentos para
embarque e desembarque de mercadorias e serviços, nem sempre em condições de realizar,
adequadamente, operações portuárias.
Os aspectos institucionais, legais e administrativos, também, não acompanham evolução
tecnológica, situação que dificulta a tramitação dos documentos indispensáveis para exportação e
importação, gerando atrasos nos embarques e desembarques.
COMO COMPETIR COM TANTOS PROBLEMAS
As exportações brasileiras conseguem competir no campo internacional, face ao aumento da
produtividade de alguns segmentos produtivos, dentre os quais, pode-se destacar a soja e a siderurgia,
carnes em geral, que se constituem em verdadeiras commodities. O analista terá de considerar dois aspectos
básicos, no caso da soja, por exemplo: o exame do processo produtivo da porteira da fazenda para dentro e
a análise da fazenda para fora, ou seja, o transporte da produção para os portos e consequente exportação.
Da porteira da fazenda para dentro, a uso intensivo de tecnologias, tanto na técnica de plantio, uso
de fertilizantes, mecanismos alternativos para utilização do mesmo solo, como plantação de soja, milho ou
feijão, além de equipamentos modernos utilizados por esse segmento. Como consequência, um hectare
inicialmente produzia 10 sacos de um determinado produto, passa a produzir 50 sacos, ou seja, com um
aumento exponencial da produtividade. Esse aumento compensa os prejuízos causados pelo transporte, ou
seja, da fazenda para fora, até chegar ao porto de exportação. Com relação a atração de investimentos
diretos no País, ou seja, empresas que vêm a aplicar recursos no País, a grande atração sem dúvida é o
tamanho do mercado interno e sua capacidade expansionista.
Falta um Plano Nacional de Desenvolvimento e o respectivo Projeto Nacional. Vamos trabalhar todos
nesse sentido. Na verdade, retorna-se a grande necessidade da existência de um Plano Nacional de
Desenvolvimento que aborde antecipadamente os possíveis conflitos intersetoriais e intrasetoriais da
economia, Plano esse, acompanhado de um Projeto Nacional de Desenvolvimento, que é sem dúvida um
instrumento operador das políticas para ser atingindo o objetivo síntese do Plano, consequentemente, os
rumos que se pretende atingir para a nação brasileira.
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