COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA REÚNE-SE:AUMENTO DA SELIC EM PAUTA

Nova Série – 13
Autor – Professor Leonides Alves Filho
Data – 06/05/2025 – Terça-feira

O Comitê de Política Monetária – COPOM, composto integralmente por dirigentes e técnicos do Banco Central – BC, sob a direção do Presidente do Banco, Gabriel Galípolo, reúne-se a partir desta terça-feira com objetivo de analisar tecnicamente e suas respectivas repercussões políticas, o aumento da taxa de juros denominada Selic, atualmente, fixada em 14,25%. Torna-se importante destacar, para melhor compreensão da estrutura organizacional dos órgãos e entidades responsáveis pela formulação da Política Monetária Nacional e de sua execução, a existência de dois Órgãos: Conselho Monetário Nacional – CMN, órgão soberano responsável pela formulação da política monetária e de crédito do País, sendo seus membros, o Ministro da Fazenda; Ministro do Planejamento e Orçamento e o Presidente do Banco Central e o Comitê de Política Monetária, órgão executor da política formulada pelo CMN e dirigido pelo Presidente do Banco Central, com a participação das equipes técnicas do Banco.

O Comitê reúne-se durante esses dois dias, analisando o quadro inflacionário, sua tendência em médio e longo prazo, examinando, também, o comportamento dos juros e aplicações financeiras e a sua respectiva movimentação, realizando assim, uma análise profunda de medidas que possam contribuir para redução do processo inflacionário. A principal medida adotada pelo Banco, vem sendo o aumento progressivo da Selic, que já se encontra com juros de 14,25% ao ano e, com tendência de subir ainda mais a partir desta reunião que está sendo iniciada.

O objetivo do BC, através do aumento da taxa de juros, é reduzir a demanda ou procura, tentando assim, diminuir a pressão inflacionária, porque de um lado, os produtos demandados ficam mais baratos e, de outra parte, menores quantidades de recursos a disposição da população tende a provocar retração quanto ao desejo permanente de compra, situação essa, que poderá diminuir os preços.
Por outro lado, o esforço das autoridades monetária é de certa forma anulado, porque o Governo Federal, preocupado com sua popularidade, vem adotando política constante da expansão do crédito, lançando moeda em circulação, o que tende a eliminar a retração de demanda, gerada pelas políticas monetárias do Banco Central.

A descoordenação entre o Banco Central e o Governo é um dos elementos fundamentais que vem alimentando o processo inflacionário. Observa-se que Programas como o consignado para os empregados do setor privado, instituído pelo Poder Executivo, deverá até o mês de junho, do ano em curso injetar mais de 100 bilhões de reais sobre a modalidade de empréstimo, caracterizando-se como uma política complicadora do combate a inflação, embora politicamente tais Programas sejam lançados como uma grande oportunidade para a população, sem preocupações com o endividamento global que tende a aumentar, dificultando a vida futura das pessoas. Coisas da Política!

O pior é que os verdadeiros instrumentos da política, como redução de despesas do orçamento fiscal não são adotados pois, a preocupação central é com as despesas, tentando forçar, permanentemente, o aumento das receitas, o que nem sempre é possível. O Ministro da Fazenda é sempre a grande vítima, pois tem de procurar identificar resultantes que consigam, pelo menos, uma relação menor entre despesas e receitas.

SOLUÇÕES PROVÁVEIS DO COPOM

O Comitê de Política Monetária – COPOM, tenderá a reduzir a velocidade do aumento da Selic, não por que a inflação esteja diminuindo, mas considerando o tarifaço lançado pelo Presidente dos Estados Unidos instituindo tarifas de importação, sem critérios aparentes, com percentuais altos para quaisquer produtos exportados para os Estados Unidos que estarão sujeitos a tarifas elevadas de importação. A multiplicidade tarifária instituída pelo Presidente Americano gerou problemas graves nos países afetados, com desorganização das áreas comerciais.

O Banco Central diminuindo o ritmo do aumento da Selic, irá ao encontro das necessidades empresariais, podendo assim, ajudar o impacto negativo da tarifa adicional de 10% imposta a quaisquer produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. O tarifário foi muito pior para vários países, com tarifas de importação estipuladas entre e 10 e 145%, como no caso da China, por exemplo.

O Mercado Financeiro, admite que o BC poderá aumentar a Selic de 14,25% para 14,75% ao ano, ou seja, um crescimento de 0,5%.

O Blog do Leonides será publicado nas terças-feiras na modalidade de post e nas quintas-feiras como podcast.

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